A Metodologia é o estudo dos métodos, ou então as etapas a seguir num determinado processo. Tem como objetivo captar e analisar as características dos vários métodos indispensáveis, avaliar as capacidades, potencialidades, limitações ou distorções e criticar os pressupostos ou as implicações da utilização do projeto. Além de estudar os métodos, a metodologia é também considerada uma forma de conduzir a pesquisa. A nosso ver a metodologia é a explicação minuciosa, detalhada, rigorosa e exata de toda a ação desenvolvida no decorrer do trabalho. É a explicação do tipo de pesquisa, os instrumentos utilizados (questionário, entrevista etc), o tempo previsto, o grupo e a divisão do trabalho, as formas tratamento dos dados, ou seja, tudo aquilo que se utilizou no trabalho de pesquisa.
Apesar de nesta fase o nosso papel seja a implementação e a intervenção direta no campo, o objetivo também passa por avaliar e perceber o impacto do que se aplicou. Para tal utilizámos diferentes técnicas de recolha de dados que nos permitiram uma análise, da informação obtidas no decorrer do projeto, nomeadamente a observação, as notas de campo, a entrevista e o questionário.
Segundo Albano, “ (...) cada método de colecta de dados é só uma aproximação ao conhecimento. Cada um fornece um vislumbre diferente e normalmente válido da realidade e todos eles são limitados quando usados isoladamente” (Amado in Estrela e Ferreira, 1997, p.77 e 78). Deste modo, podemos definir recolha de dados como sendo uma técnica de recolha de informação.
A observação é uma técnica de recolha de dados, que permite analisar, conhecer e recolher informação servindo para aprender e verificar um determinado fenómeno, situação, contexto ou meio. Para iniciarmos uma observação temos que ter em conta o meio onde ela se vai desenvolver, os intervenientes, o espaço, o que pretendemos observar e quais os recursos e técnicas que iremos utilizar no desenvolvimento do estudo. O pré-estabelecimento de objetivos implica, também, pensar nas suas consequências. (Morgan, 1988, citado por Bogdan e Biklen 1994)
Podemos observar comportamentos, relações profissionais, espaços, competências, qualidades e funcionamentos. Observamos para conhecer, analisar, recolher dados e aprender. Podemos observar através de máquinas de filmar, notas, incidentes críticos, registos totais, grelhas e gravação áudio.
Relativamente às notas de campo, estas são relatos escritos daquilo que o investigador ouve, vê, experiencia e pensa no decorrer da recolha de informação no terreno e reflete sobre os dados do estudo onde descreve pessoas, objetos, lugares, acontecimentos, atividades e conversas. Bogdan e Biklen 1994)
As notas de campo são bastante fulcrais no decorrer da observação, uma vez que, ajudam o investigador/observador a acompanhar o desenvolvimento do projeto e a visualizar como é que o plano de investigação foi afetado pelos dados recolhidos. Porém, a memória é um dos maiores riscos que o investigador pode encarar no processo de transcrição das notas das suas observações, uma vez que, se pode esquecer ou não se lembrar bem do que observou. No entanto, existem algumas regras que o podem ajudar a contornar esse problema.
Relativamente à utilização das notas de campo no nosso trabalho, estas estão patentes no nosso projeto. O grupo considera que as notas de campo são bastante importantes e essenciais, visto que, se não fossem as coisas que vimos e ouvimos nas observações talvez este trabalho não estivesse tão bem concebido e não estaríamos tão integradas e familiarizadas com tema.
O outro método utilizado para a recolha de dados foi a entrevista semi-diretiva (investigação qualitativa). A entrevista semi-diretiva é um procedimento de recolha de informação que utiliza a comunicação verbal, este procedimento é utilizado na investigação social para a recolha de dados ou para o tratamento de um problema social. Neste caso em particular, foi utilizada para averiguar os resultados da nossa intervenção.
Por último, utilizámos o questionário. Um questionário é um instrumento de investigação que visa recolher informações baseando-se, geralmente, na inquisição de um grupo representativo da população em estudo. Para tal, coloca-se uma série de questões que abrangem um tema de interesse para os investigadores, não havendo interação direta entre estes e os inquiridos. (Parasurman, 1991) As questões de um inquérito estão normalmente estruturadas e padronizadas, são assim para assegurar a confiança, generalidade e a validade.
Aplicados todos estes métodos de pesquisa, procedemos á analise de conteúdo. A análise de conteúdo é uma das técnicas ou métodos mais comuns na investigação. Atualmente, a importância da análise de conteúdo na investigação social é cada vez maior, sobretudo devido à forma organizada como se tratam informações e testemunhos que apresentam algum grau de complexidade. A análise de conteúdo é “uma técnica de investigação para a descrição objectiva, sistemática e quantitativa do conteúdo manifesto da comunicação” (Berelson, 1952). Para que seja objetiva, exige uma definição precisa das categorias de análise, de modo a permitir que diferentes investigadores possam utilizá-las, obtendo os mesmos resultados. Para ser sistemática, é necessário que todos os conteúdos importantes sejam analisados com relação a todas as categorias significativas. Os métodos de Análise de Conteúdo foram propostos por Henry e Moscovici (1968), na qual distinguiam procedimentos fechados e procedimentos abertos ou exploratórios. Os procedimentos fechados são aqueles que fazem intervir “categorias pré definidas” posteriormente à análise propriamente dita. A análise está associada a um quadro empírico ou teórico que se sustém e do qual se formulam as questões da entrevista, onde de seguida se comparam os textos produzidos à luz do quadro fixado para se chegar a uma particularização. Os procedimentos abertos ou exploratórios são aqueles que não fazem intervir “categorias pré definidas”, tendo por isso apenas um carácter exploratório, ou seja, os resultados devem-se à metodologia de análise e não a qualquer referência a um quadro teórico pré-estabelecido. (Ghiglione & Matalon, 1997, [1977]:210).
É com base no que anteriormente foi referido, que o nosso projeto procura harmonizar métodos que avaliem a intervenção realizada na UEA. No entanto, a perspetiva de planificar e concretizar um projeto não é uma tarefa fácil, sendo que, implica um grande empenho e um grande envolvimento pessoal, assim como, uma gestão eficaz da complexidade das situações que vão surgindo ao longo do mesmo. Um projeto está associado a uma "pedagogia da incerteza", mas tendo em conta o seu enorme potencial, constitui um desafio que pode ser muito estimulador para os alunos que estão dispostos a adotar um papel ativo na atividade. (Boutinet, 1990)
Neste seguimento é de mencionar que qualquer projeto é composto por um período de tempo, mais ou menos extenso, conforme as carências do mesmo e consoante o tipo de projeto. Este pode ser resumido em quatro fases, sendo estas: fase de concepção, (realizada no semestre passado), fase de planeamento (com inicio no semestre passado, e envolve um balanço de tudo o que vai ser realizado e preciso para que o projeto seja implementado), fase de execução (tal como o nome indica, corresponde à implementação do projeto, tendo em conta o planeamento efetuado, englobando as estratégias de negociação com a instituição, de sensibilização, envolvimento e motivação dos elementos), deste modo, é preciso ter em conta a adequação da planificação do projeto à realidade, e por fim, a fase de conclusão (esta fase diz respeito à documentação dos resultados adquiridos com o projeto, à sua avaliação e divulgação dos resultados obtidos.)
Metodologia - SIP V
